domingo, 3 de maio de 2009

Vídeo: Estilo Românico

Arte românica

Arte românica é o nome dado ao estilo artístico vigente na Europa entre os séculos XI e XIII, durante o período da história da arte comumente conhecido como " românico". O estilo é visto principalmente nas igrejas católicas construídas após a expansão do cristianismo pela Europa e foi o primeiro depois da queda do Império Romano a apresentar características comuns em várias regiões. Até então a arte tinha se fragmentado em vários estilos, sendo o românico o primeiro a trazer uma unidade nesse panorama.




Depois de passar por muitas turbulências, desde o fim do Império Romano até o século XI, aproximadamente, a Europa medieval vive um momento de estabilidade e crescimento. O comércio volta a florescer e as cidades começam a prosperar, mesmo que timidamente.


Até então a arte era difusa e diferente entre os variados povos europeus. Isso mudaria com o "crescente entusiasmo religioso", cujas causas são, entre outros fatores, as peregrinações que cresceram e as Cruzadas para libertar a Terra Santa. Com todas essas mudanças é plausível o nome românico, visto que a Europa se romanizou como nunca desde o início da Idade Média. A única coisa que faltava, a autoridade política central, foi, até certo ponto, ocupada pelo Papa. Sem um poder nas mãos de um único rei, é a Igreja que centralizará o controle sobre o pensamento e a vida da época e será a primeira responsável pela unificação da Europa desde a queda do Império Romano.



Características



Haverá diferenças entre a arte executada nas diversas regiões europeias, de acordo com as influências regionais recebidas, mas haverá também uma série de características comuns, que definem o estilo românico.




As igrejas serão as maiores até então, e para que isso seja possível haverá uma evolução dos métodos construtivos e dos materiais. A pedra será empregada na construção e o telhado de madeira será trocado por abóbadas de berço e de aresta, mais condizentes com uma igreja que representa a fortaleza de Deus.



Ao contrário da arte paleocristã, as igrejas serão ricamente decoradas externamente. A escultura em pedra em grande escala renasce pela primeira vez desde os romanos, atrelada à arquitetura, assim como a pintura. A escultura e a pintura serão carregadas de esquematização e simbolismo, típico de um período em que o artista aprende a representar o que sente, e não somente o que vê.

Igreja de peregrinação


Saint-Sernin de Toulouse, uma igreja de peregrinação (foto).



As igrejas de peregrinação foram muito características desse período. Elas ficavam no caminho para os locais sagrados, como Santiago de Compostela, Roma e Jerusalém, e serviam de apoio e pouso para os peregrinos, além de oferecer como atrativo as relíquias, objetos pertencentes a Jesus Cristo, a Maria e aos santos, como os cravos que pregaram as mãos e pés de Jesus, ou os espinhos da coroa, ou ainda fios de cabelo da Virgem.



Entre as igrejas desse tipo estão as de Saint-Sernin de Toulouse, Santiago de Compostela, Santa Madalena de Vézelay e Igreja de Saint-Martin de Tours.



Arquitetura



A arquitectura em pedra vem reforçar a característica de monumentalidade e fortaleza, possível depois de toda a evolução dos meios construtivos. Os conjuntos arquitetónicos seguem, geralmente, a planta basilical, uma, três ou cinco naves (geralmente três), colunas que sustentavam as abóbadas. As paredes são cegas, pois não é possível, ou é muito difícil, abrir grandes janelas nas paredes, já que elas servem como estrutura e suportam todo o teto. Haverá grande decoração, externa e internamente, através de esculturas nos tímpanos nas portas de entrada e nos capitéis e colunas, e pintura parietal nas ábsides e abóbadas das naves.



Escultura

Capitel românico (foto)

A escultura renasceu no românico, depois de muitos anos esquecida. Seu apogeu se dá no século XII, quando inicia um estilo realista, mas simbólico, que antecipa o estilo gótico. A escultura é sempre condicionada à arquitetura e todo trabalho é executado sem deixar espaços sem uso. As figuras entalhadas têm o tamanho do elemento onde foram esculpidas, e os trabalhos de superfície acomodam-se no lugar em que ocupam. Dessa característica parte também a idéia de esquematização.
Outra importante característica é seu caráter simbólico e antinaturalista. Não havia a preocupação com a representação fiel dos seres e objetos. Volume, cor, efeito de luz e sombra, tudo era confuso e simbólico, representando muitas vezes coisas não terrenas, mas sim provenientes da imaginação. Mas não que isso seja uma constante em todo o período.
Em algumas esculturas, nota-se a aparência clássica, influência da Antiguidade, como no Apóstolo, de Saint-Sernin de Toulouse.



Pintura



Iluminura de Paulo (foto).

A pintura não se destacou tanto quanto a arquitetura nesse período. Os principais trabalhos são a pintura mural, as iluminuras e as tapearias. A pintura parietal, ou seja, executada nas paredes, era dependente da arquitetura, como pode-se deduzir, tendo aquela somente função didática. Em um período em que a grande maioria da população era analfabeta a pintura era uma forma de transmitir os ensinamentos do Cristianismo.







Referencia
Wikipédia, a enciclopédia livre

Bibliografia
BAUMGART, F. Breve História da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1999. GOMBRICH. E. H. A História da Arte. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1985.
JANSON, H. W. História da Arte. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1992. RAMALHO, G. Saber Ver a Arte Românica. São Paulo: Martins Fontes, 1992.